sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Entrar Metendo

Reza

Posto que a perfeição é desumana, deixai vir a mim as narigudas, as levemente estrábicas e aquelas de boca grande. Colocai em meu caminho as quase sem seios, de mamilos pontiagudos, e aquelas de seios sinceros como as maçãs de Newton. Aproximai-me das que têm histórias gravadas na pele, cicatrizes, tatuagens... Dai-me a graça das donas de bucetas anárquicas, de lábios salientes e grelos exibidos. Concedei-me as que têm celulites e estrias, mas livrai-me das mulheres sem bunda.

Posto que a imperfeição é tão humana, colocai em minha vida as que têm mais dúvidas que certezas, as sem modos, que sentam de pernas abertas e falam de boca cheia. As que se embriagam à toa, as que acordam a vizinhança, as que gozam chorando sem perder o bom humor, as que babam quando chupam e as que não sabem dizer não. Trazei-me as que lêem demais, vêem filmes demais, ouvem músicas demais, mas que falam putaria quando fodem. Deixai vir a mim as dissimuladas, as que sentem tesão por outras mulheres, as que fantasiam coisas indizíveis, as que não se negam os prazeres do corpo, pois têm a putaria entranhada na alma. Que venham todas elas, mesmo que seja numa só, mas protegei-me, eu imploro, das carentes que pegam no pé.

Posted by Ctrl Alt Del @ 11:11

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